Passou. Doeu, foi uma desgraça. Minha garganta
apertou, meus olhos se encheram d’água e por um momento achei que nunca mais
conseguira respirar. E de repente, sem aviso nem recado, tudo se foi, como
nunca sequer houvesse existido.
Então porque será que ainda sinto o mundo nas
costas? Para onde se foi alívio que eu deveria sentir? Sei lá. Só sei que estou
cansada e não consigo pensar em outras coisas. Odeio drama tanto quanto odeio
ficar me torturando. Nervosa, irritada e vulnerável: será que isso um dia acaba?
Nunca fui do tipo de pessoa que abre o berreiro
na frente dos outros. Sempre preferi ficar na minha, não fazer alarde. Só que
agora não posso mais me manter em pé, a cabeça erguida. Tá ardendo, me faz mal.
E pela primeira vez em não sei quanto tempo, não sei o que fazer. Quero alguém
que me acuda, faça carinho no meu cabelo e me diga palavras bonitas. Desejo um
sorriso sincero de alguém que goste de mim, um abraço apertado, uma
estrela-guia.
Logo eu, que sempre fui tão durona, tão
independente. Quem imaginaria que, justamente agora, eu precisaria
desesperadamente de uma mão que me levantasse? Dá até vontade de rir. Pedir ajuda
é tão complicado. As pessoas nem sempre estão dispostas a cooperar. Tem gente
que não entende, tem gente que te olha torto.
Aí me bate um desespero. Será que sou louca?
Por que ninguém liga para mim? Volto a sofrer em silêncio, juntando os pedaços
de mim que ainda não se perderam. Cheguei à conclusão de que nada doí
eternamente e que as pessoas não podem resolver meus problemas por mim. O que me resta é olhar para frente, na
esperança de que o futuro me reserve coisas boas.
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